quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Ontem à noite eu pedi por um portal. Eu o encontrei aqui.

O Grande Homem. O Encontro. Aquele esperado. Entrou pela porta.

Ele vinha com um casaco e um artefato da Pérsia. A pele sobre suas veias exalavam um doce perfume com o qual eu não pude me conformar. Ele olhou nos meus olhos diretamente. Eu cai de joelhos, atrás dos meu olhos. Ele viu.

Ele arrebatou algo vermelho e subiu. Ele deu a volta à esquerda e entrou. Eu também estava no quarto. Ele me despiu a minha roupa pesada e luxuriosa. Meu manto de veludo vermelho. Ele tinha um cheiro de coisas antigas. As mãos dele eram fixas como a terra. Ou como o Sol da manhã.

Amanheceu na minha cama. Ele está aqui. Eu o investigo nos meus passos, nos seus toques, em cada palavra que eu digo. Ele está aqui. O Homem Esperado. Ele veio me encontrar.

O Corvo Negro observa da janela. Ele não pode mais entrar. Nunca diga nunca eu sei. Mas ele não pode mais entrar. Será que ele se conformará? Com ficar olhando lá de fora enquanto eu me faço luxurioso aqui.

O vento bate na planície. O vento bate na minha janela. Ele chegou.
Todas as minhas sombras estão tranquilas. O fogo está aqui. O fogo faz uma sinfonia tranquila dos estalos da madeira. Eu estou aqui.

Eu repouso.

Ele vem aqui. Ele me olha. Ele deixa.
Leva consigo um presente da Pérsia.

Eu estou aqui.

Nenhum comentário: