domingo, dezembro 07, 2008

By the landfire

By the landfire
Sea
Me & my father
Mother and brother were in the shore
Stars
The distant lights of a near-by city
Still affecting us
And we talked about
How light can play in ways that it fades by the stars when you are so near them so far by the sky
How the light of the stars is so fragile and cold when you're off them, when you don't know why
And we looked up and sang
My father & me
Mother and brother were on the shore

terça-feira, agosto 19, 2008

Dormir pensando em você

Uma canção de despedida, que eu cantava quando era pequeno. E que me fazia sentir que eu estava ao redor de uma fogueira, que a noite era fria e que meus amigos estavam ao meu redor. A última canção que cantamos antes da despedida, a última canção antes de ir dormir e da separação na manhã seguinte, que não tem palavras, porque o dia ainda seria jovem demais para dizer qualquer coisa.
Porque eu preciso da despedida pra perceber que eu te amo? Eu preciso da separação e da distância, para ver o seu rosto real. A presença só me faz querer a distância, pra te amar mais e à distância eu te amo muito melhor, porque te amo junto comigo. Quando estamos juntos eu te amo sem mim.
E quando eu te beijo quais são os lábios que eu encontro? Os lábios da minha espera? Ou os lábios da surpresa? Quando eu te beijo é sempre no escuro? Eu fecho os meus olhos pra te ver melhor? Pra que nada no mundo seja além desse beijo? E quando você me beijou naquele dia eu disse que era a melhor coisa do mundo. E tinha uma dor no meu peito que queria explodir além do teto da casinha do teu avô e atravessar o céu no meio da noite.
Hoje eu percebo por que eu não te amei. Por que você não me amou. Por que foste embora. Eu não te conheço e não vejo teu rosto, mas eu sei os passos na areia que deixaste na saída. Eu decorei passo a passo, cada centímetro, eu calculei a distância entre cada curva dos teus pés. No começo eu sangrava ao medir cada milímetro, ao calcular cada movimento, hoje eu percebo que eu explodi. E que naquele momento eu estava sozinho.
Como você pode impedir um coração de explodir? Eu não fiz isso e todos os meus corações explodiram naquele momento, na orgia e morte, o brilho do meu olhar, e foi o maior prazer da minha vida, eu fico feliz que naquele momento eu me deixei ser eu mesmo.
Eu estava deitado do seu lado. Eu estava tão ali que doía. Eu acho que você também estava. Eu nunca vou saber. Ontem à noite eu fiquei feliz pensando que talvez você também me amava. Só não foi possível. E eu fui dormir pensando na Lua.

segunda-feira, maio 12, 2008

Mom

I'm slow burning
I'm slow burning, mother
Isn't this beautiful?
Isn't this good?

sábado, abril 12, 2008

OVERCOME

É do conhecimento dos dias que todas as feridas são abríveis
É preciso queimá-las por dentro
É preciso expurgá-las do jugo que elas tem sobre nós
É preciso deixá-las
Que sangrem ou que sequem
Isso pertence a elas
A nós pertence o momento
De fazer as malas e ir embora
E deixar mais uma vez essa casa vazia
Essa esquina baldia
Da entidade abstrata
Que é a dor

You're not your pain, baby ;)

sábado, fevereiro 09, 2008

A Casa

Não é preciso ser vidente para ver o Destino. Enquanto eu ainda vivia naquela casa eu já garimpava o meu futuro nela sabendo que não seria ali, mas morando ali.
Eu sabia que, enquanto eu me mexia por aqueles aposentos, enquanto eu contemplava luz na parte superior, sabendo-a minha, reencontrando-a após um longo período de ausência, enfim, enquanto eu me fazia em casa na minha casa de novo, já existiam outros Destinos que fariam daquele lugar o seu próprio lar, e eu não tinha direito de reinvindicá-lo como somente meu. Ao contrário, o pensamento me atingiu como se fosse uma tranquilidade. Como os pensamentos puros ele não me fazia me exaltar, pegar em armas ou chorar. Era uma simples constatação tranquila, quase independente de mim, como se eu fosse, muito mais, um expectador, atravessado por um outro Destino, maior que eu, o Destino da casa.
Então eu sai para o jardim. E com a outra constatação límpida eu me vi. Estando já o Destino da casa selado por outros Destinos que não o meu isso significava que eu estava livre. Na minha ignorância eu podia dizer isso. Estando eu fora dos limites dessa casa que me aprisiona agora, eu poderia, no fim, ir parar em qualquer outra casa do mundo. Ou não. Essa poderia ser a última.
Eu decidi amá-la como eu amo o Destino e o meu. Eu decidi percorrê-la com meus pés limpos ou secos e sujos, para fazê-la um pouco mais minha, sem a pretensão de que ela fosse, de fato, minha, mas sabendo que desde o princípio ela sempre fora, completamente, minha.
E antes de entrar nela. Antes de entrar pela porta da frente, de virar a chave na fechadura. Eu já sabia. O Destino não tem mais padrões além daqueles que nós próprios criamos. E nós nos tornamos os ícones de alguma coisa outra que não nós mesmos. E isso é.
Eu sei. Você é o nada mais que me pertence. Eu sou aquele que te viu e que não consegue retornar para ti. E isso nós somos.
Ele abaixou a cabeça para mim. Ele abriu as asas para mim. Eu nunca mais vi amor maior que esse.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Ontem à noite eu pedi por um portal. Eu o encontrei aqui.

O Grande Homem. O Encontro. Aquele esperado. Entrou pela porta.

Ele vinha com um casaco e um artefato da Pérsia. A pele sobre suas veias exalavam um doce perfume com o qual eu não pude me conformar. Ele olhou nos meus olhos diretamente. Eu cai de joelhos, atrás dos meu olhos. Ele viu.

Ele arrebatou algo vermelho e subiu. Ele deu a volta à esquerda e entrou. Eu também estava no quarto. Ele me despiu a minha roupa pesada e luxuriosa. Meu manto de veludo vermelho. Ele tinha um cheiro de coisas antigas. As mãos dele eram fixas como a terra. Ou como o Sol da manhã.

Amanheceu na minha cama. Ele está aqui. Eu o investigo nos meus passos, nos seus toques, em cada palavra que eu digo. Ele está aqui. O Homem Esperado. Ele veio me encontrar.

O Corvo Negro observa da janela. Ele não pode mais entrar. Nunca diga nunca eu sei. Mas ele não pode mais entrar. Será que ele se conformará? Com ficar olhando lá de fora enquanto eu me faço luxurioso aqui.

O vento bate na planície. O vento bate na minha janela. Ele chegou.
Todas as minhas sombras estão tranquilas. O fogo está aqui. O fogo faz uma sinfonia tranquila dos estalos da madeira. Eu estou aqui.

Eu repouso.

Ele vem aqui. Ele me olha. Ele deixa.
Leva consigo um presente da Pérsia.

Eu estou aqui.
Minhas Eras. Agora que eu chego no nó sem limites. Eu explico.
Agora eu não tenho mais vontade de escrever. Nem tenho mais motivo. Todos foram embora. Eu estou olhando pra porta tentando ver se ela está fechada ou aberta.
É um relevo tão plano que nada se levanta. Tudo é calmo. Como um mar sem vento. Eu não me levanto. Mas tem alguma corrente subterrânea que se mexe lá embaixo. Talvez seja consequência de algum calor.
É por não ter limites. Por não ter motivo. Que, paradoxalmente. Eu escrevo. Por não ter motivo algum. Continuarei escrevendo (A porta aberta é a pergunta idiota se eu voltarei a ter motivo ou não, embora todos nós saibamos que não há porta nenhuma).

Mas mesmo sem haver motivo pode haver um ritmo, pode haver uma dança. Não há nada mais inútil que uma dança. Nem nada tão necessário. Quem não dança morre, no final das contas. Tudo que é inútil é assim. Parece inútil porque leva um tempo muito longo pra completar.

Olha, eu cheguei até aqui. Ainda não estou satisfeito. Nem comigo nem com ninguém. Sou o mestre mais severo de mim. E ai de quem cruzar o meu caminho.
Se você o ver diga que eu mandei um beijo.

Agora, agora, agora. Sempre agora. Uma cor que eu não conheço o nome. Um sabor que eu não conheço o jeito. Um modo que eu não sei ser. Mas eu aprendo. Ai mãe, tem dó de mim que um dia eu aprendo. Teu filho é águia em repouso. Cuida mais di mim.

Eu fecho o nó sem limites. Por não ter limites, claro. Ele olha pra mim. Eu posso e ele pode isso. Esse olhar olha e não vê nada mas me diz algo. Um olhar que não vê nada mas diz algo. É disso que eu estou falando.