sexta-feira, outubro 23, 2009

Anfang Herbst

Ele estava gozando e o pau era tão grande que passava do umbigo e a porra caía no abdomen perfeito de menino (contraído pela dor do orgasmo) e a pele tão branca que eu gostava de cheirar para que quando eu me voltasse de novo para o sorriso ele estaria sorrindo para mim.

Eu estou com saudade dele. Saudade de tudo que poderia ter sido. Mas é uma série de razões e pináculos e estruturas fechadas e extasiantes que não são nem más nem misericordiosas. É só o simples não. Tão leve que não me dói. Me dói mais o pensar de como vou fazer para voltar pra ele.

Eu sou um vagabundo. Não gosto de acumular. Me felicito em jogar fora, em dizer adeus, em escutar as últimas músicas dos CDs. Sou o príncipe que está saindo pela porta. O valete brilhante e negro dos finais, da morte e da destruição. E assim da beleza.

Mas ele é tão doce. Ele é como o reflexo perfeito de mim que eu amo mas tão outro. E ele ainda não sabe dos meus segredos. Pela primeira vez em muito tempo eu tenho medo de revelar meus segredos e não o orgulho exibicionista de quem tem o trunfo na manga. Tenho o medo infantil pré-contar-pra-mamãe-que-eu-sou-gay que ele pare de gostar de mim quando souber quem eu sou.

Mas porque eu sinto que ele já me conhece já. Ele já sabe de todos os mistérios. Ele viu no meu rosto no momento que nos conhecemos. No meu olhar baixo, no meu sorriso depois do nosso primeiro beijo que durou uma eternidade inteira e que fez toda a balada parar de ódio porque “quem são esses dois meninos que pararam de dançar?”

Como eu sinto que já conheço ele, que ele é transparente, que há coisas nele que eu não sei que sei. O mistério, o mistério, o mistério. O mistério da minha carne. O mistério de mim. E agora o mistério de você. Que veio como rainha cavalgando e clamando o trono. E eu não posso dizer não.

“Entre, querido, tem alguém te esperando”.

quarta-feira, março 04, 2009

Vamos morar em outro lugar

Vamos morar em outro lugar. Que aqui estou. Ocioso demais. Aqui os dias me escorrem pelas mãos e eu. Tal como olhar de criança. Olho impotente, sem saber o que fazer. Estão falando outra língua contra mim e eu não sei me defender. Entrei num outro código, num'outra jurisdição da alma humana. E fiquei parado, sem saber o que fazer. Você viu meu cansaço, meu desagrado, minha angústia silenciosa no dia de ontem que eu não conseguia dizer. Agora consigo começar a dizer. É que alguma coisa mudou e eu sei que estou desatualizado, fora de foco e sincronia e não consigo encontrar o caminho de volta. Alguma coisa mudou novamente. Dessas coisas que mudam constantemente, mas não tão rapidamente quanto eu. Eu posso ter um braço ou o peito que vá adiante antes de mim, da minha cabeça ou do coração, que é o mais lento. Mas eu nunca serei inteiro até que o corpo inteiro roda nas dobras de um carrossel.

domingo, fevereiro 15, 2009

Os tempos estão mudando

É hora de ser sincero comigo mesmo
É hora de ser o melhor de mim mesmo
É hora de tratar as pessoas bem não porque eu quero algo delas, mas porque eu quero isso de mim
É hora de colocar em prática o que eu aprendi tão bem nos livros
É hora de lembrar por que eu comecei tudo isso e por que eu entrei nesse jogo
É hora de ver que é o idealismo que move o mundo
É hora de mostrar que a coragem é a graça sob pressão

Porque os tempos estão mudando e eu estou mudando junto com ele. Porque eu não quero ficar pra trás, eu quero ficar junto com você. Porque eu entendo que cada um segue o seu caminho e agora eu sigo o meu sozinho, mas eu preferia que você viesse junto comigo.

domingo, dezembro 07, 2008

By the landfire

By the landfire
Sea
Me & my father
Mother and brother were in the shore
Stars
The distant lights of a near-by city
Still affecting us
And we talked about
How light can play in ways that it fades by the stars when you are so near them so far by the sky
How the light of the stars is so fragile and cold when you're off them, when you don't know why
And we looked up and sang
My father & me
Mother and brother were on the shore

terça-feira, agosto 19, 2008

Dormir pensando em você

Uma canção de despedida, que eu cantava quando era pequeno. E que me fazia sentir que eu estava ao redor de uma fogueira, que a noite era fria e que meus amigos estavam ao meu redor. A última canção que cantamos antes da despedida, a última canção antes de ir dormir e da separação na manhã seguinte, que não tem palavras, porque o dia ainda seria jovem demais para dizer qualquer coisa.
Porque eu preciso da despedida pra perceber que eu te amo? Eu preciso da separação e da distância, para ver o seu rosto real. A presença só me faz querer a distância, pra te amar mais e à distância eu te amo muito melhor, porque te amo junto comigo. Quando estamos juntos eu te amo sem mim.
E quando eu te beijo quais são os lábios que eu encontro? Os lábios da minha espera? Ou os lábios da surpresa? Quando eu te beijo é sempre no escuro? Eu fecho os meus olhos pra te ver melhor? Pra que nada no mundo seja além desse beijo? E quando você me beijou naquele dia eu disse que era a melhor coisa do mundo. E tinha uma dor no meu peito que queria explodir além do teto da casinha do teu avô e atravessar o céu no meio da noite.
Hoje eu percebo por que eu não te amei. Por que você não me amou. Por que foste embora. Eu não te conheço e não vejo teu rosto, mas eu sei os passos na areia que deixaste na saída. Eu decorei passo a passo, cada centímetro, eu calculei a distância entre cada curva dos teus pés. No começo eu sangrava ao medir cada milímetro, ao calcular cada movimento, hoje eu percebo que eu explodi. E que naquele momento eu estava sozinho.
Como você pode impedir um coração de explodir? Eu não fiz isso e todos os meus corações explodiram naquele momento, na orgia e morte, o brilho do meu olhar, e foi o maior prazer da minha vida, eu fico feliz que naquele momento eu me deixei ser eu mesmo.
Eu estava deitado do seu lado. Eu estava tão ali que doía. Eu acho que você também estava. Eu nunca vou saber. Ontem à noite eu fiquei feliz pensando que talvez você também me amava. Só não foi possível. E eu fui dormir pensando na Lua.

segunda-feira, maio 12, 2008

Mom

I'm slow burning
I'm slow burning, mother
Isn't this beautiful?
Isn't this good?

sábado, abril 12, 2008

OVERCOME

É do conhecimento dos dias que todas as feridas são abríveis
É preciso queimá-las por dentro
É preciso expurgá-las do jugo que elas tem sobre nós
É preciso deixá-las
Que sangrem ou que sequem
Isso pertence a elas
A nós pertence o momento
De fazer as malas e ir embora
E deixar mais uma vez essa casa vazia
Essa esquina baldia
Da entidade abstrata
Que é a dor

You're not your pain, baby ;)